Dona de 12% da empresa Kalshi, avaliada em US$ 11 bilhões (R$ 59 bilhões), Luana Lara Lopes possui uma fortuna de US$ 1,3 bilhão (R$ 7 bilhões), segundo a revista Forbes
A bilionária mais jovem do mundo a fazer a própria fortuna tem laços que levam diretamente a Barbacena. Embora tenha nascido em Belo Horizonte e vivido em outras cidades brasileiras antes de ganhar o mundo, a família de Luana Lopes Lara, de 29 anos, tem origens profundamente barbacenenses: alguns membros de sua família, como o pai, avós e tios nasceram e cresceram no município, onde parte deles ainda mantém vínculos e residem. Seu avô era membro da Irmandade de Santo Antônio da Santa Casa de Misericórdia .
Luana ganhou destaque internacional ao se tornar cofundadora da Kalshi, plataforma sediada nos Estados Unidos que permite negociar apostas, chamadas de “contratos de eventos”, sobre acontecimentos futuros. O negócio inovador transformou cenários políticos, econômicos e até culturais em ativos negociáveis, impulsionando a empresa a um valor de mercado que agora alcança US$ 11 bilhões. Com seus 12% de participação societária, ela atingiu um patrimônio pessoal estimado em US$ 1 bilhão, entrando para a lista de bilionários da Forbes.
De raízes barbacenenses ao topo da tecnologia
Apesar da trajetória global, a história de Luana tem o ponto de partida nas raízes familiares fincadas em Barbacena. Os valores de disciplina, esforço e incentivo, transmitidos por sua família, tradicional na cidade, acompanharam a jovem desde cedo.
Criada entre Belo Horizonte e Niterói, ela se mudou adolescente para Joinville, onde estudou dança. O balé foi sua primeira paixão e moldou sua disciplina. Após anos de dedicação, ela decidiu dar um passo além dos palcos, mirando objetivos maiores: “Desde pequena eu queria fazer alguma coisa histórica, impactar muita gente”, contou.
Aos 18 anos, foi aprovada por Harvard, Stanford e Yale, mas escolheu o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde estudou matemática e ciência da computação. Foi ali que sua visão empreendedora ganhou forma.
Como funciona a fortuna de Luana
A Kalshi nasceu de uma ideia simples e ousada: criar um mercado onde pessoas pudessem comprar e vender contratos baseados no que vai (ou não vai) acontecer no futuro.
Funciona assim:
- A plataforma apresenta perguntas objetivas, como “Vai nevar esta semana?” ou “Quem será o artista do ano?”.
- Há sempre duas respostas possíveis — sim ou não.
- Usuários compram contratos de acordo com suas previsões.
- Quem acertar recebe o valor apostado por quem errou.
- A Kalshi ganha cobrando taxas de intermediação, como uma bolsa de valores.
A lógica é semelhante ao mercado financeiro: o preço de cada contrato varia conforme as expectativas dos usuários, e é possível vender antes mesmo do resultado final.
O modelo levou anos para ser regulamentado nos Estados Unidos. Hoje, a plataforma é autorizada a operar até mesmo com previsões eleitorais, algo proibido no país por quase um século. A startup também entrou no mercado esportivo e segue em disputas judiciais para comprovar que não se trata de uma casa de apostas, já que não lucra com as perdas dos usuários, mas sim com o volume de operações.
Superando nomes como Taylor Swift na lista de jovens bilionárias, Luana brinca dizendo que jamais imaginou “estar perto da Taylor Swift em qualquer coisa”. Mas reconhece que seu caminho foi construído com muita disciplina, muito disso herdado do balé e, segundo ela, reforçado pelos valores familiares.
“É muito fácil você pensar: vou ficar seis meses, um ano, dois anos fazendo algo muito doloroso pra chegar onde eu quero. O balé colocou isso no meu DNA”, explicou.





