Entrou em vigor, nesta quarta-feira (6), o tarifaço de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, promovido pelos Estados Unidos, e anunciadas pelo presidente Donald Trump no último mês de julho. A ação atinge diretamente cerca de 906 municípios do país que vendem para os americanos e que não escaparam da tarifa adicional.
O tarifaço passou a valer à 01h01, horário de Brasília, aplicado sobre carne, café, máquinas, pescados e outros produtos. Mercadorias que embarcarem a partir desta data deverão ter a tarifa aplicada, segundo o decreto da Casa Branca.
As empresas mais afetadas estão nos municípios do sudeste e sul do país, regiões que mais exportam para os EUA. De acordo com um levantamento feito pelo Estadão, que levou em conta os 30 produtos mais exportados pelo Brasil aos EUA em 2024 e os segmentos que foram alvo da sobretaxa decretada por Trump no último dia 30, entre os municípios mais afetados estão Piracicaba (SP), que vende máquinas e peças para os americanos; Matão (SP), com preparações de frutas; e Guaxupé (MG), que vende café. A incidência do tarifaço utilizada no levantamento é baseada em divulgação do Ministério do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Barbacena aparece entre as cidades afetadas, com taxação em produtos como carnes e miudezas, comestíveis; e produtos químicos inorgânicos; compostos inorgânicos ou orgânicos de metais preciosos, de elementos radioativos, de metais das terras raras ou de isótopos; produções que, segundo o levantamento, movimentaram cerca de U$ 7,5 milhões na cidade, em exportações, no ano de 2024.
O governo anunciou que prepara um plano de contingência para proteger a economia brasileira dos impactos da sobretaxa imposta pelos EUA. As medidas em análise incluem negociar com o governo americano para reduzir ou excluir produtos da lista tarifária, abrir novos mercados internacionais, oferecer crédito subsidiado a exportadores afetados, realizar compras públicas para apoiar a produção interna e implementar programas temporários de renúncia fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca agendar uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para tratar do tema.