Saiba como lidar com animais que transmitem raiva e quais as ações necessárias para evitar a doença

Neste mês, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais confirmou um caso de raiva humana em um adolescente indígena, de 12 anos, morador de uma aldeia indígena na zona rural de Bertópolis, no Vale do Mucuri. O menino morreu no dia 4 deste mês porque foi mordido por um morcego cerca de 10 dias antes. 

Antes desta confirmação, o último caso de morte por raiva humana em Minas Gerais havia sido registrado em 2012, na cidade de Rio Casca.

Um segundo caso suspeito continua em investigação. Uma adolescente da mesma aldeia, também de 12 anos, segue internada em hospital de Belo Horizonte. O quadro dela é estável, com evolução positiva. Foi coletada amostra para exame laboratorial e aguarda-se o resultado.

José Geraldo Viana, chefe do Instituto Mineiro de Agropecuária em Barbacena, conta um pouco sobre a raiva humana: “A raiva realmente causa grandes danos a comunidade de produtores rurais, de produtores bovinos. E é uma doença letal, que se chega a um humano leva a morte se não tratado dentro do tempo legal”.

Ele também explica que os animais que podem transmitir a raiva são mamíferos de modo geral, mas o animal contaminado pode estar transmitindo a raiva a um ser humano ou a outros mamíferos. 

Sobre os sintomas da raiva que preocupam em um animal são: “No caso dos sintomas, o animal se isola, em seguida ele fica aparentemente cegado, não se alimenta e não toma água. Posteriormente ele vai deitar e ficar com movimentos de pedalar, aparentando estar engasgado”.

O chefe do IMA reforça que não é apenas por meio da mordida que a raiva é transmitida, qualquer contato da saliva do animal com uma ferida aberta já pode transmitir a raiva: “O grande número de vírus se encontra na saliva do animal, então se a pessoa que vai trabalhar o animal e tem uma ferida, ele pode estar se contaminando através da saliva”.

Existe a vacinação preventiva e deve ser feita anualmente. O tratamento após a contaminação não existe, porém a vacinação preventiva feita corretamente pode salvar até rebanhos inteiros. 

“A partir do momento que você, criador, identificar um animal suspeito, deve fazer a notificação ao IMA, para que o IMA ou um outro veterinário particular possa acompanhar o caso, fazer a coleta do material para que possa fazer a análise laboratorial da raiva. O cidadão é notificado a procurar um médico caso tenha tido contato físico com o animal”, informa José Viana. 

O principal meio de transmissão da raiva é pelos morcegos hematófagos: “Normalmente essas colônias são feitas em bueiros, furnas, cavernas, casas abandonadas, oco de árvores. Mas podemos encontrar esses morcegos na cidade, às vezes esse morcego perde o rumo da casa e vai para as cidades”. 

Caso o produtor tenha um animal doente a notificação ao IMA é obrigatória. No caso de uma pessoa se encontrar com morcegos, ele deve notificar ao IMA e não mexer com os animais.