Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou 236 bebês que nasceram com anticorpos para a Covid-19. O sangue foi coletado durante o teste do pezinho entre os dias 19 de abril e 16 de agosto.
De acordo com a professora Cláudia Lindgren, do Departamento de Pediatria da instituição, o objetivo do estudo é acompanhar o impacto da doença no desenvolvimento infantil.
A presença dos anticorpos confirma que eles foram expostos à infecção durante a gestação. Por outro lado, a gente não sabe que tipo de repercussão a longo prazo isso pode ter no desenvolvimento deles”, explicou a coordenadora do trabalho.
No entanto, Lindgren disse que metade dos bebês reagentes ao nascimento ainda apresentaram anticorpos contra Covid-19 após 3 meses.
“A novidade que temos no momento é o resultado dos testes sorológicos realizados aos 2 meses. Cerca de 50% dos bebes reagentes ao nascimento ainda tinham anticorpos contra o coronavírus 2 a 3 meses após o parto”, disse.
Lembrando que a confirmação dos anticorpos não é uma garantia de que o bebê é imune ao coronavírus.
A pesquisa está sendo realizada em cinco cidades: Contagem e Nova Lima, na Grande BH; Itabirito, na Região Central; Ipatinga, no Vale do Aço, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Lindgren explicou que todos os reagentes já foram informados do resultado do teste por telefone e convidados a fazer o acompanhamento do desenvolvimento pelos próximos 2 anos.
As avaliações do desenvolvimento começarão em outubro deste ano, quando os primeiros bebês completarão 6 meses de idade. O mesmo número de bebes não reagentes também será acompanhado pelo mesmo período.
Ao todo, são 250 postos de coletas distribuídos nesses municípios. Toda mãe que leva o bebê para fazer o teste do pezinho, na primeira semana após o parto, é convidada a participar.
Fonte: G1