Você provavelmente conhece alguém que não consegue ficar um dia sequer sem chocolate ou refrigerante —causando até alterações no humor, como irritabilidade e ansiedade. Apesar de simples, esse hábito pode mascarar sintomas mais profundos, como transtorno de ansiedade, compulsão ou até a falta de nutrientes e vitaminas.
Segundo a nutricionista Larissa Carvalho, a vontade quase incontrolável de comer um ‘docinho’ após o almoço pode acontecer devido à baixa ingestão de carboidratos e nutrientes durante a refeição. “Você não comeu com atenção ou comeu muito rápido, e aí o seu corpo acaba precisando de energia para dar continuidade ao resto do dia. Por isso, ele vai pedir uma coisa mais simples para conseguir equilibrar, geralmente sendo uma bala, um chocolate, algo açucarado”, explica.
Ela diz que o ideal é distribuir os nutrientes ao longo do dia: no café da manhã, no almoço, no jantar. “Fazendo isso, a gente consegue ter uma quantidade legal de carboidratos, fibras, vitaminas e minerais”.
No corpo feminino, essa questão pode estar ligada, inclusive, ao desequilíbrio da flora vaginal e intestinal. “Pode haver um disbiose intestinal ou uma candidíase. Essas coisas fazem com que a mulher tenha mais vontade de comer carboidratos para alimentar essas bactérias”, diz Carvalho.
No caso do exagero por fatores psicológicos, a explicação estaria no prazer liberado com a ingestão do doce. O açúcar eleva o nível de dopamina no organismo, ativando a sensação de bem-estar. É por isso que, se a pessoa se sente inquieta e estressada, ela busca o doce para ter um conforto momentâneo.
Na pandemia, a vontade de comer o tempo todo (não só doces) pode ter aumentado. Isso porque as pessoas ficaram mais ansiosas dentro de casa, então surgiu a necessidade de se sentir melhor diante do que estavam vivendo. Chamada de ‘beliscamento’, a vontade de ingerir pequenas porções ao longo do dia e fora dos horários de refeição pode se tornar perigosa. Quando não tratada, pode levar a um descontrole, resultando em episódios de compulsão.
Em alguns casos, é necessário tratamento com nutricionistas, psiquiatras e, às vezes, intervenção medicamentosa.
Fonte: UOL