A cidade de Barbacena, assim como o país, vem passando por momentos difíceis com o agravamento da Covid-19. Os números de infectados e de óbitos na cidade crescem, leitos de UTI com 100% de ocupação e centenas de pessoas estão em isolamento domiciliar.
Em contrapartida o número de pessoas recuperadas é alto de acordo o boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura nesta segunda-feira (29). Das 4.292 pessoas infectadas com o coronavírus na cidade, 4.025 pessoas se recuperaram deste vírus completamente desconhecido e ameaçador. Dentre este número, duas pessoas passaram por situações completamente difíceis e assustadoras.
Terezinha de Matos Ireno (foto), 75 anos e Débora Ireno Dias (foto), 45 anos, respectivamente, mãe e filha, continuam respeitando todas as medidas de distanciamento. Porém, no final de janeiro Dona Terezinha sofreu um infarto e precisou ficar no hospital por 12 dias. Durante este tempo Débora e outra irmã revezavam o tempo no hospital e sabiam do risco que corriam de contrair o vírus. Após a recuperação de D. Terezinha e a volta para casa, a família redobrou os cuidados com o isolamento e tomavam todas as medidas possíveis.
Infelizmente o maior medo da família estaria próximo de se tornar real. Aproximadamente quatro dias depois da alta, Débora começou a sentir uma coceira na garganta, semelhante a uma alergia e ao praticar exercícios físicos ao ar livre e com uso de máscara, ela sentiu uma falta de ar anormal. Já em D. Terezinha começa a surgir uma tosse seca e a família decide realizar um exame PCR nela e o resultado dá positivo para Covid-19.
As preocupações aumentaram e o desespero se fez presente. Diante da situação de recuperação pós-infarto e a saúde debilitada, toda a família e amigos ficaram extremamente preocupados sobre a possibilidade do agravamento da saúde de D. Terezinha devido às suas comorbidades como problemas renais, hipertensão, problemas motores e cognitivos e, o recém-infarto.
Contudo, ela é uma mulher de fé e lutou com a doença com todas as suas forças. “Quando falei com a mamãe que ela estava com a Covid, ela olhou para a imagem de Nossa Senhora das Graças e falou que ela e Deus estavam cuidando dela. E aquilo trouxe uma paz para gente”, conta Débora. Durante o período infectadas outros sintomas surgiram como dores no corpo e a perda de paladar, mas seguiram com acompanhamento médico e foram se recuperando cada dia mais.
A covid-19 afeta não só o físico, mas também o psicológico. “Emocionalmente esta doença agride muito a gente, quando a gente recebe o papel falando que está com Covid é uma sentença de morte”, conta Débora. A família ficou apreensiva durante todo o tempo, pois o quadro de D. Terezinha poderia mudar a qualquer momento. Entre preocupações, medo e incertezas, finalmente chegou o dia que elas venceram o coronavírus e receberam a melhor notícia. “O médico falou àquela frase que todos que passam pela Covid querem escutar, vencemos! Vocês venceram a Covid-19”, relata com emoção Débora.
Na família só as duas foram contaminadas com o vírus, mais ninguém contraiu o vírus e inclusive o pai de Débora, de 85 anos, passou ileso da doença. Recentemente, D. Terezinha e seu marido receberam a 1ª dose da vacina e continuam praticando o isolamento. “Fiquem quietos em casa, a gente não pode sair mesmo”, brinca D. Terezinha. Ademais, ela deseja que todos que estejam passando por isso possam ter a oportunidade de recuperação assim como ela.
A lição de vida, o milagre de terem se recuperado deste vírus, que vem arrasando famílias, deixa em evidência que ainda não se pode relaxar com as medidas. É necessário continuar cuidando de si e de todos, pensar na vida de quem ama. “A nossa família se une a todas as famílias que sofrem as sequelas da pandemia, seja no físico, seja no emocional, seja na estrutura familiar. E a todos que perderam seus entes amados, desejamos que a Páscoa do Senhor Jesus lhes tragam serenidade no coração e força para continuar a Vida”, é o que deseja Débora para todos que estão passando por esse delicado momento.