Conquistaram o direito de voto, foram eleitas chefes de governos nos cinco continentes e viajaram até o espaço. O papel das mulheres na sociedade tem mudado muito. Na religião não poderia ser diferente. Segundo dados do Instituto Europeu da Igualdade de Género, as mulheres são as que mais participam em serviços religiosos e em relação à educação, elas são maioria em quase todos os níveis de ensino, especialmente nas universidades.
Para finalizar a série de matérias em comemoração ao Mês da Mulher, contamos hoje a história da Irmã Maria José, Religiosa e Diretora do Colégio São Francisco de Barbacena. Ela afirma que sempre acreditou na educação, já que é uma ferramenta de empoderamento e emancipação para todos. “Lido com a educação como uma paixão pelo possível. No Colégio São Francisco, tenho a oportunidade de exercitar a fascinante arte de educar além dos livros e métodos formais. Reconheço os avanços, mas não posso negar as diferenças existentes nos vários cenários na educação no Brasil. Contudo, as mulheres continuam assumindo seu papel e conquistando seu espaço.”
Em relação ao papel da mulher na religião, a educadora afirma ser uma história em construção escrita com diferentes cores. “Avanços, retrocessos, reciprocidade, conquistas, divergências ideológicas… Eu acredito que o Senhor acende luzes quando precisamos delas. Temos algumas luzes acesas. Recentemente o Papa Francisco nomeou mulheres para altos cargos no Vaticano, e ele disse: ‘para a igreja, o papel das mulheres é imprescindível. Isso é um bom sinal e um grande desafio. O caminho é árduo, mas chegaremos lá, com certeza.”
Irmã Maria José realiza, ainda, diversas obras sociais com famílias através do aprendizado. Segundo ela, é importante perceber a presença feminina nos projetos sociais. “Mostramos um novo jeito de organizar e estruturar a sociedade a partir da consciência social e da solidariedade. É uma presença que ajuda na formação da consciência crítica, aponta novos caminhos, oferece possibilidades, derruba as barreiras do preconceito e alivia a fome provocada pelas desigualdades sociais.”
Em referência ao 8 de março, a religiosa reforça a importância de conhecer e reconhecer este período e seus significados. “É preciso reconhecer o legado daquele grupo de mulheres corajosas que nos inspiram ainda hoje. Vamos celebrar a força das mulheres guerreiras do passado e do presente, que se uniram e se unem para vencer preconceitos, derrubar os muros das desigualdades, celebrar a união que transcende a dor para gerar vida nova”, conclui.