Infectologista Herbert Fernandes fala sobre perigo de terceira dose de vacina sem orientação

A busca, sem orientação por uma terceira e diferente dose de vacina, vem sendo destaque em noticiários de diversas cidades do país. Risco para a saúde e atitude que traz junto a falta de empatia e o cuidado consigo mesmo e com o outro. Nossa reportagem conversou com  o infectologista da Santa Casa de Misericórdia de Barbacena, Herbert Fernandes que  afirma que não há dados que justifiquem essa decisão e defende que agora é o momento de ampliar a parcela da população imunizada.

O médico destacou que as pessoas que tomaram a primeira dose de uma determinada vacina não devem buscar a segunda dose de uma outra marca ou até mesmo uma terceira aplicação. “As vacinas que são de duas doses, como a CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, são vacinas que devem ter a sua segunda dose da mesma marca. Não tem nenhum estudo que mostre que possa ser feita essa troca de vacinas. Além disso, as pessoas que já foram vacinadas com as duas doses de uma determinada vacina já estão completamente imunizadas.”

Mais importante do que buscar por uma terceira dose, é lutar para que todas as pessoas consigam se vacinar com as duas doses, é o que diz o médico. “As pessoas precisam entender que a vacinação é um processo de saúde pública, ou seja, saúde comunitária. Isso quer dizer que quanto mais pessoas vacinadas, menor a minha chance de infecção. Não é uma questão de saúde individual. Sem contar que a revacinação pode, inclusive, esbarrar em aspectos jurídicos e éticos”

Em relação às diferenças entre as vacinas, o médico explica que são tecnologias diferentes. “A grande questão é que todas as vacinas produzem o mesmo efeito final: evitar mortes e casos graves. Você pode se infectar, mas a chance de você ter um desfecho desfavorável cai drasticamente.”

Por fim, o infectologista explica sobre o atual cenário de Barbacena e afirma que o cenário está mais favorável do que há poucos meses. “No início do ano estávamos com UTIs lotadas e com pacientes esperando vagas. Esse final de junho e início de julho tem nos deixado mais esperançosos. A vacinação é o caminho para diminuir a incidência desse vírus em nosso território.”

Fonte: Correio da Serra / Jornalismo 93 FM