Com 97 casos de contaminação pela variante Delta do coronavírus confirmados no Brasil, a maioria deles em Estados vizinhos de Minas Gerais, pesquisadores temem que o período de férias de julho e o relaxamento das medidas de contenção à pandemia levem a uma nova explosão de casos na região.
Só pelo Aeroporto Internacional de Confins, devem passar 600 mil passageiros em julho, aumento de 20% em relação ao mês anterior, quase metade deles indo ou voltando de São Paulo e Rio de Janeiro, onde há transmissão da variante. A Rodoviária de Belo Horizonte também prevê aumento de 10% de passageiros neste mês, sendo que pólos urbanos e praias do Rio e São Paulo movimentarão 20% das operações.
Com a ameaça da disseminação da cepa para todo o Brasil, como já ocorreu com a variante Gama, de Manaus, laboratórios mineiros monitoram a ocorrência da Delta.
Até o momento, Minas registra apenas um caso de contaminação pela variante, de origem indiana: em junho, um viajante foi da Índia para Juiz de Fora e testou positivo para a doença, porém foi acompanhado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e não há indícios de que tenha transmitido o vírus para outras pessoas. A transmissão comunitária do vírus ocorre quando já não é possível precisar a origem da doença entre os pacientes contaminados.
O pesquisador Renan Pedra lembra que a dominância de variantes mais contagiosas que as demais pode ocorrer rapidamente, a exemplo do que houve com a Gama: “Ela levou três semanas para passar de 0% para 75% de predominância no Estado”, afirma.
A variante Delta é mais transmissível que as demais variações do coronavírus que já circulam pelo mundo, mas não há evidências de que leve a quadros mais graves de Covid-19. As vacinas disponíveis para uso também parecem continuar contendo o agravamento da doença. Países onde ela já se disseminou, portanto, têm assistido a alta de casos: nos Estados Unidos, por exemplo, os casos subiram 121% em duas semanas. A grande maioria das ocorrências, porém, foi entre pessoas não vacinadas.
Questionada, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) reforçou que não há transmissão comunitária da variante Delta em Minas e que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e instituições parceiras realizam o monitoramento das cepas em circulação no Estado. “Para minimizar o surgimento de mutações é necessário impedir a circulação do vírus, sendo o distanciamento social e a vacinação ferramentas essenciais para o controle da pandemia”, destacou, em nota.
FONTE: O TEMPO