Nos anos 60, o cirurgião plástico Maxwell Maltz observou que os seus pacientes levavam, em média, 21 dias para se adaptarem às mudanças feitas em seus rostos. Desde então, existe a teoria de que 21 dias é o tempo padrão para que algo se torne um hábito. Porém, uma pesquisa feita por cientistas de três universidades americanas mostra que os nossos comportamentos são muito mais complexos do que isso.
O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Nele, os cientistas analisaram os hábitos de lavar as mãos e de se exercitar de dois grupos diferentes. O primeiro continha 30 mil frequentadores de academia, que se exercitam cerca de 12 milhões de vezes em quatro anos. No segundo, havia 3 mil funcionários de hospitais, que lavavam as mãos 40 milhões de vezes em quase 100 turnos.
As informações foram analisadas em uma ferramenta que reconhece padrões com o objetivo de identificar em qual momento os hábitos dos participantes viraram hábitos. Foi observado, então, que os dois grupos demoram tempos diferentes para incorporar seus hábitos, contrariando a ideia de que pode haver um “número mágico” em comum.
De acordo com o estudo, os pesquisadores descobriram que manter uma rotina de exercícios leva entre quatro a sete meses. Já para os trabalhadores de hospitais, foi uma questão de semanas para começarem a lavar as mãos rotineiramente.
Além disso, os pesquisadores analisaram também se havia alguma relação entre os hábitos e os dias e horários que as atividades eram feitas. Nesse quesito, 69% dos que faziam exercícios desenvolveram o costume de ir sempre nos mesmos dias e quanto maior o tempo de pausa entre um dia e outro, menores as chances de o indivíduo desenvolver uma rotina.
No entanto, o estudo também ressalta que os fatores individuais também são importantes ao criar um hábito. Comportamento, tempo, esforço e o gatilho que desencadeia, então é algo bem mais complexo do que um número mágico de dias.
Fonte: Super Abril