O tema do Dia Mundial do Rim em 2021 é “Vivendo bem com a doença renal”. O objetivo é conscientizar e orientar o paciente com doença renal crônica (DRC) quanto aos próprios sintomas, para que possa participar, de forma mais efetiva, na rotina da vida cotidiana. Embora medidas eficazes de prevenção e progressão da doença sejam importantes, os pacientes – incluindo aqueles que dependem de diálise, e os transplantados renais – devem sentir-se apoiados, junto aos seus familiares e acompanhantes, especialmente durante pandemias e outros períodos críticos. A inclusão dos pacientes com DRC na vida cotidiana é o foco principal da campanha, tendo como objetivo final, o de viver bem com a doença renal. Para isto, há o engajamento de diversos profissionais de saúde, assim como de grande parte dos associados da Sociedade.
Segundo o Nefrologista e um dos responsáveis pela Pró-Renal de Barbacena, André Pimentel, a doença renal crônica tem evolução por estágios e na forma mais precoce, não tem sintoma algum. “É de fundamental importância que a gente identifique aquelas pessoas que apresentam algum fator de risco para desenvolver a DRC. Então, vai aparecer a hipertensão arterial, pessoas que têm diabetes e tem as suas taxas de açúcar no sangue mal controladas, pessoas que apresentam algumas doenças cardíacas, pessoas que tem algum parente que tenha doença renal crônica e também os idosos”, explica.
Segundo o médico, os sintomas precoces estão relacionados com a doença de base. “Mas no estágio mais avançado, as pessoas podem apresentar fadiga, mal estar, palidez, náusea, vômito e inchaço, o que piora muito a qualidade de vida se não tratados de forma adequada.”
Sobre o tema da campanha de 2021, o nefrologista afirma ser possível viver bem com a doença renal, já que muitos sintomas da doença são controláveis com a adoção de medidas protetoras da função renal. “Talvez a prática mais importante seja a mudança alimentar. Outra coisa que queria chamar atenção é sobre o uso de medicamentos que podem danificar nossos rins como os anti inflamatórios e alguns antibióticos. E aqui, não estou falando sobre o não uso, mas sim sobre o uso racional e no tempo adequado. Outra coisa importante é reduzir o consumo de sal e açúcar, fazer atividade física de forma regular e parar ou reduzir o consumo de cigarros e bebidas alcoolicas”, alerta.
André afirma por fim que é necessário tirar os estigmas da doença renal crônica. “É preciso que as pessoas parem de pensar que ‘se eu tenho o diagnóstico de doença renal crônica, vou precisar de imediato hemodiálise ou um transplante renal e tudo está acabado.’ Não é bem assim. Há muito trabalho e muito esforço que precisam ser feitos para poder controlar a doença renal. Mas é preciso do envolvimento da pessoa e de seus familiares e uma boa orientação médica e multiprofissional”, conclui.