Combustíveis em alta: o impacto no trabalho de motoristas de aplicativo e taxistas

A disparada do preço dos combustíveis afetou em cheio a categoria dos motoristas de transporte por aplicativo e taxistas. Reclamando do baixo percentual que as plataformas repassam do valor das corridas e dos valores das corridas de táxi, a estratégia tem sido trabalhar apenas em horários de pico. Em muitos casos, os condutores têm preferido abandonar o trabalho. Isso reflete também na demora que passageiros enfrentam para conseguir utilizar o serviço.

A equipe de jornalismo da 93 FM foi às ruas conversar com alguns desses profissionais que serão identificados com nomes fictícios, preservando sua identidade.

José da Silva – Motorista de Aplicativo
“No nosso trabalho é necessário dedicar praticamente tempo integral. Nós estamos tendo que deixar nossa família de lado para trabalhar. Hoje a gente só não passa fome porque muitos pegam trabalho em áreas diferentes por fora. Vai chegar ao ponto que teremos que pagar para trabalhar”

Antônio Celso – Motorista de Táxi
“O impacto do preço da gasolina nos afeta todos os dias. E não é só o preço da gasolina que sobe, sobe a manutenção do carro, a mão de obra, pneu e no final não sobra nada. Muitos estão desistindo. Tem que fazer no mínimo 25 corridas por dia para sobreviver.”

Jorge Luiz – Motorista de Aplicativo
“A gente está tendo que trabalhar dobrado. Se antes eu trabalhava 12 horas antes, hoje eu tenho que trabalhar 18 horas. E isso não é saudável. Muitos colegas preferiram mudar de profissão. Com o impacto da gasolina, o pneu dobrou o preço, as peças de carro também. E se a gente aumenta o preço da corrida, o cliente reclama. Às vezes o aplicativo dá um aumento para animar o motorista e o passageiro não quer pagar. Muitas vezes eles nos avaliam mal como se fossemos nós quem estivéssemos aumentando.”

Outro depoimento deixado à nossa reportagem é do taxista Djalma, que há 46 anos trabalha no ponto de táxi da praça São Sebastião, que relata as dificuldades que está encontrando com o aumento da gasolina. “O prejuízo foi enorme. Enquanto nós fazíamos 20 corridas por dia, hoje nós fazemos duas ou três. Houve uma queda muito grande no nosso orçamento.”

Pressionada pelas altas consecutivas no preço da gasolina, a Uber anunciou na última semana, que reajustará o preço das corridas em diversas cidades. A empresa confirmou que tem feito uma revisão geral dos preços considerando os gastos que motoristas enfrentam para trabalhar.

Já a empresa de mobilidade 99 anunciou um subsídio chamado “corrida turbinada”. Sem onerar o consumidor final, a companhia pretende oferecer, por determinado tempo, um pacote de bônus aplicado à dinâmica de preço das viagens.

Fonte: Correio da Serra / Jornalismo 93 FM