Apesar das frequentes tragédias causadas por chuvas intensas no Brasil, os investimentos em drenagem e manejo de águas pluviais ainda estão muito abaixo do necessário. Segundo o Instituto Trata Brasil, o país investiu, em média, R$ 10 bilhões por ano entre 2017 e 2023, menos da metade dos R$ 22 bilhões anuais estimados para universalizar o serviço até 2033, conforme o Marco Legal do Saneamento. O cenário é alarmante: mais de 32% dos municípios não possuem qualquer sistema de drenagem, e em 12,59% deles o mesmo sistema é usado para esgoto e água da chuva. Apesar de quase 80% das vias urbanas estarem pavimentadas, apenas 33,5% contam com redes pluviais subterrâneas.
O estudo também destaca que apenas 5,3% das cidades possuem planos diretores de drenagem e só 3% tratam suas águas pluviais. Para o Instituto Trata Brasil, isso representa um risco direto à vida da população, como demonstram os quase 26 mil desastres hidrológicos registrados entre 1991 e 2023, que causaram mais de 3.400 mortes e prejuízos superiores a R$ 151 bilhões — 74% ligados a chuvas intensas.
De acordo com dados do site do Instituto Água e Saneamento, Barbacena tem 120 domicílios (0,3%) sujeitos a risco de inundação. Além disso, nos últimos cinco anos foram registradas 18 enxurradas, inundações ou alagamentos na cidade.
Ainda de acordo com o Instituto, Barbacena possui um mapeamento parcial de áreas de risco de inundação dos cursos d’água urbanos, bem como um sistema de alerta de riscos hidrológicos. Apesar de possuir um cadastro técnico das obras de drenagem, a cidade não possui um Plano Diretor de Drenagem, segundo os dados do Instituto.