Em 2021, Minas contará com mais escolas públicas estaduais com ensino médio de tempo integral

A partir do ano que vem, as escolas públicas estaduais de Minas Gerais terão mais vagas para o Ensino Médio de Tempo Integral (EMTI) e para o EMTI Profissional. Dando sequência à política de ampliação adotada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), novas unidades passam a oferecer o tipo de ensino, com aumento no número de vagas e com a inclusão de municípios que ainda não tinham sido contemplados.

Com a expansão, mais 119 escolas terão o EMTI, localizadas em 71 municípios, totalizando 393 unidades em todas as regiões do estado. Desse total, 63 vão oferecer a modalidade de Ensino Médio de Tempo Integral Profissional. Serão quase 44 mil vagas oferecidas para 2021 no EMTI e EMTI Profissional.

Neste ano, o Ensino Médio de Tempo Integral já é realidade em 274 escolas estaduais mineiras, nas diferentes regiões mineiras. A iniciativa busca proporcionar aos estudantes, além do conhecimento acadêmico, propostas que estimulem cada aluno a encontrar a sua vocação e alcançar o que quer para o seu futuro. O protagonismo juvenil, a elaboração do projeto de vida e a preparação para o mercado de trabalho, por meio de cursos profissionalizantes, norteiam as ações.

Experiências de sucesso

 A experiência de oferecer o Ensino Médio de Tempo Integral tem mudado a perspectiva não só dos alunos, mas de toda a comunidade escolar. Exemplo disso é a Escola Estadual de Ensino Médio, em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. De acordo com a diretora da unidade, Patrícia Andrade de Faria Silva, à medida que foram descobrindo o modelo, alunos e famílias começam a se interessar.

“A procura está sendo muito boa. A escola oferece ótima estrutura, com laboratórios. Eles impulsionam muito o aprendizado e a comunidade escolar está toda aguardando e empolgada”, conta. Ainda de acordo com Patrícia, o modelo adotado, por meio de projeto que envolve todos os servidores, professores e alunos, traz outro olhar para as relações no ambiente escolar, o que contribui ainda mais para os bons resultados.

A escola, que tem a modalidade de EMTI Profissional, oferece os cursos de Açúcar e Álcool e Celulose e Papel. As formações foram pensadas considerando a vocação econômica da região, que tem usinas açucareiras e um dos maiores parques da indústria de papel. “Este é outro diferencial muito importante. Os cursos foram direcionados de acordo com a empregabilidade e a demanda local”, explica a diretora.

Projeto de vida

O EMTI também se destaca por oferecer aos alunos a possibilidade de construção de um projeto de vida, além de se dedicar mais aos estudos. A Escola Estadual Professora Júlia Kubitscheck, em Passos, no Sul de Minas, já oferece a modalidade de tempo integral. 

“Os alunos aqui têm o protagonismo e entendem a importância da escola na vida. Quando o estudante entende que tem um sonho possível e que a escola vai ajudar nisso, faz toda a diferença. Todo esse protagonismo vai dando outra visão de escola”, diz o diretor da unidade, Itamar José de Oliveira Júnior.

Protagonistas

Esse novo entendimento do ambiente escolar e das possibilidades da formação mais amplas também motiva os alunos, como é o caso de Rafael Pereira Silva, estudante do 3° ano da Escola Estadual Tancredo Neves, em Almenara, no Norte de Minas. Segundo ele, a visão que tinha sobre o modelo do ensino integral mudou depois que vivenciou a prática na escola. “No decorrer das aulas fomos entendendo melhor. Hoje, é bem legal, mudou a rotina de estudo e gosto bastante. São várias disciplinas que te ajudam a mudar até o jeito de ser, seu projeto de vida. Isso é muito importante”, conta.

A aluna Gabriele Marçal, do 2° ano da Escola Estadual Coronel José Idelfonso, em Piranga, na Zona da Mata, fala que se matriculou no ensino médio de tempo integral sem muita certeza se iria gostar. Hoje, ela conta como foi uma boa surpresa, que a fez mudar de ideia já nos primeiros meses. “Depois que começou, eu adorei. Imaginei que ia ser uma experiência muito teórica, presa dentro de sala, mas não é. A gente passa a ser mais produtivo. Além disso, o ensino não está focado apenas nas matérias, mas nos projetos de vida e nas vivências de cada um”, ressalta.