O empreendedorismo feminino tem crescido nos últimos anos não só no Brasil, mas no mundo todo. Segundo uma pesquisa feita pelo Sebrae, o número de mulheres empreendedoras cresceu 1,5 milhão entre o início da pandemia e o final do ano passado.
Para a analista técnica do SEBRAE Minas, Kenia Floret, o motivo para esse crescimento é tanto o sonho de empreender quanto a necessidade. “Os postos de trabalho cada dia estão mais reduzidos, então acaba sendo a solução empreender. E também por uma oportunidade ou um sonho, a pessoa quer se realizar através da sua profissão, da sua atividade”
Kenia explica que é importante termos tanto mulheres quanto homens no empreendedorismo. Apesar disso, ainda de acordo com dados do SEBRAE, apenas 34% dos donos de negócio são mulheres. Para Kenia, algumas características da sociedade podem dificultar a entrada das mulheres no mundo do empreendedorismo.
“Infelizmente ainda tem um sistema ainda machista no nosso país e ainda tem aquela crença de que a mulher tem o dom para cuidar da casa, criar os filhos e cuidar do marido. Essa acaba sendo uma crença limitante, porque sobrecarrega a mulher. Ele tem não só o dia de trabalho, mas a segunda e a terceira jornada em casa”.
Mesmo com essas dificuldades, Kenia destaca que acreditar em si mesmas e no próprio potencial pode ser a chave para as mulheres começarem a empreender. “Tem que perder o medo, porque se ficar só no pensamento, na ideia, a coisa nunca é colocada em prática. Tem que começar da forma que der, sem protelar demais. Tem que arriscar”.
Para ajudar nesse começo, existem alguns programas que incentivam o empreendedorismo.“No SEBRAE mesmo temos um programa chamado SEBRAE Delas, que são capacitações voltadas só para o público feminino. Ali a gente consegue trocar experiências, dividir as dificuldades e apoiar umas às outras”
Uma dica para quem quer empreender é pesquisar sobre sua área de atuação para perceber oportunidades.“Fique atento ao que está acontecendo. Veja o que as pessoas comentam e do que elas reclamam. Muitas vezes é daí que vai surgir uma ideia do que pode ser feito para empreender. Você tem que ver o que falta no outro para ter um diferencial competitivo”.