A variante Delta é uma grande preocupação da OMS, e de pelo menos 25 países do mundo, onde a cepa já é predominante entre os infectados pela Covid-19. No Brasil, o número de casos de doentes com o vírus que surgiu na Índia não para de crescer. Porém, a Gama, variante que apareceu pela primeira vez no Amazonas, continua sendo predominante no país.
De acordo com o Ministério da Saúde, a variante Delta já foi identificada em 135 pessoas, de oito estados e do Distrito Federal. O site World in Data, ligado à Universidade de Oxford, do Reino Unido, aponta que nas últimas duas semanas, 93,55% dos sequenciamentos genéticos feitos no Brasil foram da Delta.
Mesmo com números significativos, o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ressalta que o número de análises feitas é baixo e pode não refletir a realidade da pandemia. Os pesquisadores ainda não conseguem prever se a Delta conseguirá se sobrepor à amazônica.
“Eu, como virologista, e alguns dos meus colegas, nos preocupamos muito mais com a Gama que é muito transmissível; 98% dos casos novos no Brasil são Gama. Acho meio imprevisível que a Delta vai se sobrepor à Gama. Isso ninguém tem elementos para falar”, afirma o virologista José Eduardo Levi, professor do Instituto de Medicina Tropical da USP.
A Delta é considerada mais transmissível entre as mutações que surgiram a partir do SARS-CoV-2. Cerca de 3,4 milhões novos casos de Covid-19 foram identificados na semana de 12 a 18 de julho e a OMS alertou, na última quarta-feira (21), que ela deve se tornar predominante no mundo nos próximos meses.
Nos países onde a cepa é predominante, os novos casos de infectados atingem principalmente as pessoas que não foram vacinadas. Entre os imunizados, o vírus não tem encontrado força para se tornar grave e virar hospitalizações e mortes.
O Ministério da Saúde divulgou que no mês de agosto distribuirá 63,3 milhões de doses de imunizantes. O ritmo da vacinação em contraponto com a disputa entre as variantes e a disseminação da Delta será determinante para o caminho que a pandemia seguirá no Brasil.
FONTE: R7